Ação integrada trouxe a Cáritas Brasileira e Sergipe para um debate com imigrantes residentes no estado
Família indígena Warao contou para o público suas experiências como imigrantes venezuelanos em Sergipe. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Família indígena Warao contou para o público suas experiências como imigrantes venezuelanos em Sergipe. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

“Todo imigrante e refugiado tem o direito de ter acesso às políticas públicas que todos os brasileiros têm”, foi assim, diante do auditório da Bicen (UFS) lotado de alunos, professores e famílias compostas por colombianos e venezuelanos, em sua maioria, que Paulo Evangelista, dirigente da Cáritas-Brasileira, iniciou a mesa de debate do I Encontro Intercultural de Imigrantes e Refugiados na Universidade Federal de Sergipe.

O evento teve como principal objetivo ampliar o conhecimento acerca da situação dos imigrantes e refugiados residentes no estado de Sergipe, assim como promover a conscientização a respeito dos problemas que surgem durante a integração junto à sociedade local.

Cerca de 30 pessoas entre colombianos e venezuelanos, em sua maioria, estiveram no I Encontro Intercultural de Imigrantes e Refugiados. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Cerca de 30 pessoas entre colombianos e venezuelanos, em sua maioria, estiveram no I Encontro Intercultural de Imigrantes e Refugiados. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

A ideia de realizar um encontro intercultural dessa natureza partiu do professor Marcelo Ennes (Departamento de Ciências Sociais) e da professora Silva Parvechi (Departamento de Secretariado Executivo), com o apoio da docente Flávia de Ávila, responsável pelo Projeto Nair, buscaram conhecer e mapear os imigrantes que estão em situação irregular em Sergipe por meio do Grupo de Estudos e Pesquisa Processos Identitários e Poder (GEPPIP).

Atuação da universidade com parceiros

Com o mapeamento do GEPPIP, foi possível buscar os imigrantes presentes na região e trazer para UFS e assim, realizar ações integradas que possam contribuir para a permanência dessas pessoas no estado. “Hoje nós pretendemos coletar histórias de vida para que a universidade juntamente com o apoio dos órgãos públicos possam realizar uma cartilha para imigrantes e refugiados, a fim de facilitar processos burocráticos e tornar a estadia dessas pessoas mais digna a partir do contexto adverso que saíram de seus respectivos países”, pontua uma das coordenadoras do evento, a professora Silvia Parvechi.

Os monitores do encontro, Eduardo Leite e João Heitor Nogueira, fazem parte do grupo de iniciação científica do GEPPIP e contaram que durante a pesquisa eles identificaram que o número de famílias de imigrantes em estado de vulnerabilidade é maior do que eles pensavam e a ideia de organizar esse encontro partiu da necessidade de mostrar a comunidade acadêmica e outros órgãos públicos que essas pessoas precisam ser vistas para que as políticas públicas cheguem até elas.

A realização do evento também só foi possível pela parceria que a UFS tem com a Fundação Cáritas Brasileira, em especial, a do estado sergipano.

“A Cáritas vem dialogando com a universidade desde 2016 quando os primeiros imigrantes venezuelanos começaram a chegar no estado e de lá pra cá, essa parceria vem se fortalecendo com vários centros da UFS. Um exemplo fundamental desse trabalho em conjunto é com o curso de Letras, para ajudar essas pessoas a se familiarizar com o idioma, e isso é uma questão básica para a sobrevivência de qualquer pessoa em outro país”, afirma o dirigente da Cáritas-Brasileira, Paulo Evangelista.

Paulo Evangelista é membro da Cáritas-Brasileira. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Paulo Evangelista é membro da Cáritas-Brasileira. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

A fundação também atua em quatro importantes fatores na vida dos imigrantes e refugiados, que são na proteção, acolhimento, integração social e segurança, assim como explica Irenir Jesus, da Cáritas-Sergipe.

“Essas famílias chegam aqui em situação de extrema miséria, sem ter absolutamente nada. Então eles acabam nos procurando como um refúgio para atender necessidades básicas que qualquer ser humano necessita para sobreviver, como instrução para regularizar os documentos, atendimento no SUS, vagas no ensino público, e tantas outras necessidades. É nesse fluxo que a rede Cáritas atua, hoje, acompanhamos cerca de 90 pessoas entre crianças, jovens e adultos”, destaca a dirigente.

Irenir Jesus é dirigente da Cáritas-Sergipe. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Irenir Jesus é dirigente da Cáritas-Sergipe. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Acolhimento

Carolina Olmedo é imigrante do Paraguai e está em Sergipe há 12 anos. Hoje, aluna do doutorado, ela explica o impacto positivo que esse encontro vai causar na vida dessas famílias.

Carolina Olmedo é imigrante paraguaia e doutoranda na UFS. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Carolina Olmedo é imigrante paraguaia e doutoranda na UFS. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

“Quando cheguei aqui, me senti sozinha. Foi difícil, não conhecia a Cori e agora, essas pessoas estão aqui tendo a oportunidade de estreitar os laços com a UFS. Acredito muito que esse evento possa trazer a visibilidade que a gente como imigrante precisa”, relembra a doutoranda.

Alejandro Garcez, chegou em Aracaju no ano passado e contou que a convite da Cáritas-Sergipe chegou até a universidade para contar sua vivência e se informar sobre os direitos que ele, assim como outros imigrantes têm e não sabem como podem proceder.

Alejandro Garcez é imigrante colombiano e está em Sergipe desde 2022. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Alejandro Garcez é imigrante colombiano e está em Sergipe desde 2022. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Victor Henrique Santos é aluno da graduação em Relações Internacionais. (Foto: Adilson Andrade - Ascom UFS)
Victor Henrique Santos é aluno da graduação em Relações Internacionais. (Foto: Adilson Andrade – Ascom UFS)

O estudante Victor Henrique Santos, aluno do curso de Relações Internacionais, explicou que a realização desse encontro ultrapassa as barreiras acadêmicas. “É uma experiência que vai além do que meu curso pode proporcionar, estou conhecendo outras culturas e vendo o que essas pessoas passam, isso abre meus olhos para entender o meu processo de evolução quanto profissional e humano” diz o estudante.

Janaína Cavalcante – Bolsista

Vitor Belém – Ascom UFS

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