Professor Eduardo Ubirajara R. Batista
Na matéria da sexta-feira passada, 29 de março, expusemos sobre a origem do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) – seus idealizadores, o objetivo, com base no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU). O PNUD é responsável em promover o desenvolvimento social, focado, em parceria com governos de todas as partes do mundo, em erradicar a pobreza – de 1965 até 2023, este intento não foi, ainda, alcançado, seja pela má administração dos recursos previstos nos projetos da maioria dos países, seja pela falta de aderência a outros projetos privados, principalmente os dos meios de comunicação, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF), inicialmente (1946) criado pata atender, na Europa e na China, às necessidades das crianças, durante o período pós-II Guerra Mundial.
Ao titularmos a matéria, em seus dois capítulos, preferimos nomear os indicadores das duas pesquisas como sendo estas, insuficientes, isso pela classificação metodológica das falácias: insuficiência quantitativa e de tendenciosidade. Se refletirmos sobre o objeto de cada falácia, veremos que a de tendenciosidade garante a apropriação da pesquisa insuficiente. Isto é, como o produto das variáveis quantitativas superfície territorial x tamanho da população de cada país pesquisado, não é calculado para uma informação (hipótese) conclusiva, na concepção qualitativa, não é difícil asseverar que essa pesquisa tem viés de qualidade.
Um país, como o Brasil, que tem uma superfície territorial continental de 8,5 milhões de km2, e com uma população de 215 milhões de pessoas, em sua maioria sem direito às condições dignas de média sobrevivência. Com polos contraditórios de distribuição de renda, de não proximidade da linha de crescimento econômico com a de desenvolvimento social, além da falta de fiscalização coparticipativa (entre todos representantes agentes e pacientes) dos processos educativo e de atendimento à saúde – públicos -, que deveriam oferecer tratamentos, qualitativamente favoráveis e iguais, resultado um IDH mais crescente e representativo, medido proporcionalmente a essas condições. E há de se levar em conta, também, outros obstáculos agravantes, como: as 5 diferentes regiões brasileiras, em termos de herança cultural, de clima, fertilidade das terras e de um PIB desqualificante à capacidade de se nomear os melhores e piores IDH´s. Consequentemente, quem deveriam ser melhor assistidas, pelo PNUD e os governantes, seriam as populações mais esquecidas, mais relegadas a condições de uma digna qualidade de vida.
De igual modo, ocorre com a pesquisa do índice de felicidade (IF) de um povo. Espera-se que uma pessoa feliz seja aquela que recebe atenção de seus semelhantes, não importando a que classe estes pertencem. A falta de atenção (de um ‘bom dia’, um ‘como vai’, ‘como está a família’, etc.), partida de qualquer pessoa, no cotidiano, abre sorrisos, agradecimentos, um aperto de mão, um abraço, causando bem estar, isto é, um momento de felicidade um pouco maio. E se alguém pergunta, a quem tem menor condição financeira, se está precisando de alguma coisa, a esperança consolidada alarga o espaço da felicidade de quem precisa e de quem pode e faz questão de ajudar, de solidarizar-se.
São muitas as vaiáveis afirmativas, positivas, cujos indicadores delas podem motivar moradores de uma rua, de um bairro, de um povoado, de uma cidade qualquer. Quem tem que dar atenção são as lideranças, natas ou inatas, que dedicam um pouco de seu tempo para se sentirem felizes ao servirem e às pessoas, que, também, descobrem que podem ser felizes, além de terem aprendido a servir e aumentar a corrente dos felizes. Não li, ainda, em algum veículo de divulgação pública, os detalhes do ‘como’ a pesquisa para conhecimento do Índice de Felicidade é feita. Será que há algum tipo de sensibilização das lideranças públicas e dos organismos de promoção social, para melhor codificar os indicadores de felicidade, segundo as variáveis diversas presentes, ou ausentes, nas relações interpessoais de qualquer comunidade.
Por enquanto, o que se pode ver divulgado, segundo a ONU, é: A Finlândia, com apenas 338.145km2 e com 5,4 milhões de habitantes, está com o 1° lugar com 7.8 de IF; A Dinamarca, com 43.000km2 e com 5,5 milhões de habitantes, tem o 2° lugar com 7.59 de IF; Islândia, com 103.000km2 e 222.691 habitantes, tem o 3° lugar, com 7.53 de IF; Israel, com 22.000 km2 e 8,6 milhões de habitantes, tem o 4º lugar com 7.47 de IF; e os Países Baixos (Holanda, Bélgica e Luxemburgo) com 41.543km2 e 17,7 milhões de habitantes, tem o 5º lugar com 7.4 de IF. O Brasil é o 44° do mundo e o 3º entre os 33 países da América Latina.
Conforme prometi, na matéria passada, passarei para os prezados e prezadas leitor(es)as, na terça-feira próxima, as referências desses dois capítulos, além de uma menor matéria sobre a felicidade no local do trabalho, melhora a produtividade? E um breve resumo do livro O ócio criativo, de Domenico de Masi.
Bom proveito! Feliz final de semana!
eduardoubirajarabatista@gmail.com
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