Prof. Eduardo Ubirajara R. Batista
No artigo anterior, o terceiro da série, sobre o título em epígrafe, despertamos a atenção para
o fato de que dois tipos de perspectivas, a clássica e a crítica, têm predominado nas
pesquisas sobre gestão nas escolas públicas. Avaliando o que extraíamos de relevante para
esta matéria de hoje, elegemos, como norteadoras da análise, uma citação de Querino
Ribeiro, com base em problemas fundamentais para a gestão escolar, sob uma visão clássica
e outra citação de Vítor Paro, fundamentada na tese de doutoramento dele, Administração
escolar: introdução crítica, dentro da perspectiva de igual nome.
Ribeiro aponta três problemas fundamentais para qualquer administração escolar, a saber:
“a) apreender os ideais propostos pela Filosofia da Educação para, em função deles,
determinar os objetivos da escola; b) conhecer a Política de Educação para, em função dela,
adotar um estilo de ação adequado; c) aproveitar as contribuições da ciência para o
conhecimento dos elementos humanos envolvidos no processo de escolarização e, em
função dele, empregar as técnicas mais convenientes às atividades da escola.”
Está fácil a exposição dos problemas colocados por Ribeiro, vislumbrando uma posição
idealista voltada o perfil das políticas para a educação e, que em função destas, como estão
sustentadas pelo que preceituam as teses da Filosofia de Educação. Já as contribuições
científicas devem seguir o perfil do alunado, no âmbito das necessidades do
desenvolvimento humano. E as técnicas adotadas devem ser compatíveis com as atividades
e funcionalidade escolares. Um planejamento financeiro precisa estar sempre atualizado,
conforme as demandas técnicas adequadas à gestão escolar.
Quanto à visão sob a perspectiva crítica da Gestão Escolar, seus seguidores, citados no
artigo anterior, veem os modelos administrativos clássicos da educação muito mais
dependentes de uma organização política bidimensional, estado e economia, voltada à
constituição de uma “[…] modernização e racionalização das instituições que
complementam o sistema de produção.” (ARROYO) Isso quer dizer que a instituição escolar
teria investimento para atender a racionalização e a consequente modernização dos
insumos, sob a ótica da produção, isto é, na direção de uma educação para o crescimento
econômico. E, só assim, a educação sairia do seu modelo obsoleto.
Por fim, Victor Paro, apesar de crítico aos modelos clássicos, vislumbra uma ponte com
entre a perspectiva crítica e a clássica, no sentido de que se deve “[…] examinar as
condições de possibilidade de uma Administração Escolar voltada para a transformação
social.” Parro procura demonstrar como as duas tendências ainda persistem, mas que a
“Administração é a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados.
Assim pensada, ela se configura como uma atividade exclusivamente humana.” (PARO).
De posse deste conceito inicial, esse autor avalia que a escola é, na visão da administração
geral, mais uma instituição social que necessita ser coordenada por um dirigente que
utilizará, racionalmente, os recursos disponíveis para cumprir com os objetivos almejados,
como toda outra organização humana. Observa que “A relação entre ‘uso racional’ e
‘realização de fins determinados’ […] econômica, […] busca fazer com que os fins sejam
alcançados no menor tempo possível e com um gasto mínimo dos recursos [materiais e
conceituais].” (PARO).
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