Teoria da Constelação Familiar Sistêmica (III): caminhos para a aplicação da CFS, como alternativa de solução de conflitos inibidores da aprendizagem escolar
Prof. Eduardo Ubirajara R. Batista
Esta é a terceira matéria da terceira série de exposições e comentários sobre Constelação Familiar Sistêmica (CFS). Estamos falando sobre um dos três modelos atuais da relação ensino-aprendizagem, capazes de promover o(a) aluno(a) como agente principal da construção dos conhecimentos dele(a), com uma oportuna retaguarda do(a) professor(a), dando seu apoio, com orientações cabíveis. Neste veículo de transmissão de saberes diversos, já expusemos informações sobre estratégias das Metodologias Ativas, do Modelo Holístico e do Humanista. É de praxe, revisarmos, sumariamente, o que vimos no(s) último(s) artigo(s), como uma forma didática de acender a memória do que já se considerou importante, com a relação pertinente à nova matéria. Faremos isso no próximo parágrafo.
Nas duas últimas matérias (3 e 10 deste fevereiro), apresentamos conceitos, definições e origem sobre a teoria da CFS, sendo que, na última, fizemos maiores explicações sobre a aplicação desta teoria no Direito (Direito Sistêmico), com base no modelo criado e proposto por Hellinger. Apesar de existirem algumas ponderações contrárias a este modelo, não são poucas as monografias, dissertações de mestrado e teses de doutorado bem sucedidas, provando-se como vários conflitos, envolvendo contendores diversos, têm propiciado soluções bem sucedidas, com base nas análises das histórias dos depoentes, destacando-se neste modelo terapêutico utilizado, nas lides, pelos advogados, promotores e juízes. O peso das emoções emanadas das histórias de vida dos litigantes tem sido de fundamental.
Avançando, agora, para o âmbito da Educação Escolar, vejamos algumas considerações (variáveis antecedentes e intervenientes), que têm dificultado a aprendizagem escolar, para os(as) alunos(as): a) os conflitos entre administração escolar, ou a supervisão pedagógica, e os(as) professores(as); b) os conflitos entre pais, mães ou responsáveis, e entre eles(as) e os(as) filhos(as); c) o tratamento desigual dispensado por qualquer gestor(a), professor(a) o por outro(a) colaborador(a) aos(às) alunos(as) – excetuando-se os casos de alunos(as) portadores(as) de patologias especiais; a remuneração, por aula, paga, diferentemente a cada professor(a); a falta de seminários mensais, com a participação de todos(as) os(as) pessoas envolvidas com o compromisso da missão da escola, incluindo-se os alunos(as) e pais, mães ou representantes adulto(as) dos(as) alunos(as).
Vale destacar que o diferencial didático de uma escola bem sucedida está no indispensável respeito dos diversos agentes da escola ao seu alunado, com relação ao ritmo da aprendizagem, individual ou coletiva, visando-se ao sucesso da aprendizagem, através da liberdade de aprender, de organizar seminários, enquanto protagonistas da capacidade de construir o seu próprio saber, e envolvidos(as) com a programação de sua competência escolar. Para alcance deste intento, faz-se necessário que a escola saiba comunicar e comunicar-se, com tolerância – ouvindo, antes de conversar (orientar) com qualquer segmento da escola. Boas habilidades, incluindo a resiliência necessária, desenvolvem uma empatia favorável nas relações interpessoais. Tudo isso, pensando a escola, enquanto uma constelação familiar sistêmica, organizada.
Assim, a exemplo do Direito Sistêmico, a principal estratégia interveniente, deverá estar, no caso da Educação Formal Sistêmica, a cargo, principalmente, da coordenação pedagógica, que deverá saber conversar com cada aluno(a), buscando conhecer o perfil – os sentimentos, aspirações, emoções, as angústias, as ansiedades -, desde a matrícula dele(a), até os resultados alcançados nos conteúdos diversos das disciplinas previstas nos currículos. Para isso é importante realizar um encontro, antes da cada período escolar, com todas as pessoas envolvidas no processo da aprendizagem, para fins de conhecimento de outros perfis pertinentes, como o psicológico, o vocacional, o cultural, o social, a fim de se evitar possíveis conflitos, um clima indesejável, capaz de inibir as expectativas favoráveis ao bom desempenho de toda a comunidade escolar. Aos poucos, a reconciliação entre possíveis discórdias conflitantes, mesmo durante o processo de aplicação da TCFS, será fator harmonizador de satisfação para os consteladores e no seio de cada família envolvida com a escola.
Na próxima e última matéria sobre a adoção da TCFS, veremos alguns aspectos adversos à respectiva aplicação desta estratégia e das anteriores desenhadas neste importante informativo da ASAP/SE. Bom proveito e, quem puder – e quiser – envie-nos sugestões ou questionamentos sobre os modelos vistos neste espaço.
Tenham um excelente final de semana.
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