Professor Eduardo Ubirajara R. Batista
Conforme anunciamos na semana passada, estamos atendendo o pedido de ex-alunos, para fazermos algumas considerações pertinentes à Carta Encíclica do Papa Francisco, Laudato Si (1915), palavras em italiano, que se traduzem como louvado sejas, e que tem, como subtítulo “Sobre o Cuidado da Casa Comum”. Todo o resumo, exposto aqui, é pouco para serem analisados seus seis capítulos. Nós nos valemos de pequenos resumos da Carta LS, que contém 184 páginas, e que requer mais de uma leitura, a fim de melhor entender as mensagens expressas pelo Papa Francisco, principalmente, em seis competentes capítulos, sintetizados pelo Movimento Laudato Si (ver no site do Movimento, no rodapé desta matéria). Valemo-nos, também, do resumo analítico de Chistopher RICE (um segundo site do rodapé). Compilei excertos dessas fontes, além de uma leitura reflexiva dos capítulos da Encíclica, sintetizados aqui. Seguem, abaixo, três parágrafos (segundo, terceiro e quarto) com os capítulos.
Primeiro Capítulo – O que está acontecendo em nossa casa – resume o conjunto dos problemas relacionados ao meio ambiente, tais como as questões sobre poluição, mudanças climáticas, escassez de água, perda de biodiversidade e as consequentes desigualdade global, epidemias e pandemias; Segundo – O Evangelho da Criação: Em Gênesis, na Bíblia, as histórias, como fonte de descoberta são vistas como uma ordem para o cultivo responsável e a proteção da natureza. Já as tentativas passadas de justificar a dominação absoluta humana, de outras espécies, não podem ser consideradas “… uma interpretação correta da Bíblia” (LS, 67). E o mundo natural é retratado, ainda, como uma dádiva, uma mensagem e herança comum das pessoas; Terceiro – A Raiz Humana da Crise Ecológica, que explora tendências sociais e ideologias que causaram [e causam] problemas ambientais. Estes incluem o uso irrefletido da tecnologia, um impulso para manipular e controlar a natureza, uma visão dos seres humanos como separados do meio ambiente, teorias econômicas de foco estreito [sob as ordens do mercado] e um relativismo moral.
Quarto Capítulo: Uma Ecologia Integral apresenta a principal solução da encíclica para os problemas sociais e ambientais em curso. A ecologia integral afirma que os humanos são parte de um mundo mais amplo e exige “… soluções integrais que considerem as interações dos sistemas naturais […] com os sistemas sociais” (LS, 139). Embora o estudo dos ecossistemas ser bem conhecido na […] Ecologia, a ecologia integral expande esse paradigma para incluir as dimensões éticas e espirituais de como os seres humanos devem se relacionar uns com os outros e com o mundo natural. Isso através da cultura, família, comunidade, virtude, religião e do respeito pelo bem comum; Quinto – Algumas Linhas de Orientação e Ação, aplicam-se ao conceito de ecologia integral à vida política, ao pedirem acordos internacionais para proteger o meio ambiente e ajudar países de baixa renda, novas políticas nacionais e locais, tomadas de decisão inclusivas e transparentes, além de uma economia ordenada e justa para o bem de todos.
Sexto Capítulo – A encíclica conclui que é, ainda, por meio da “Educação e Espiritualidade Ecológicas” aplicadas à vida pessoal [e social], que se recomenda um estilo de vida focado menos no consumismo e mais em valores atemporais e duradouros. O Papa propõe educação ambiental, alegria no ambiente de cada um, amor cívico, recepção dos sacramentos e uma conversão ecológica, sob a qual o encontro com Jesus leva a uma comunhão mais profunda com Deus, com as outras pessoas e com o mundo natural. [Este capítulo resume, conclusivamente, as reflexões e orientações contidas nos cinco capítulos anteriores.]
No conjunto dos capítulos, notamos que é muito importante reler o conteúdo, de vez em quando, refletindo sobre os resumos desta encíclica, alinhando os temas-chave do texto ao pensamento do Papa Francisco, que, ao confiar há dois mil anos de ensino católico, convida-nos a viver nossa Fé, sempre fortalecida, para cuidarmos bem da nossa casa comum]. Também é importante relermos a O Papa São João Paulo II, que nos ensina o dever de tutela da natureza, em trechos da encíclica Centesimus Annus (1991). Ele escreveu sobre a natureza, como um dom de Deus, e a necessidade da humanidade cooperar com Ele na promoção do florescimento de um meio ambiente devidamente ordenado e, além disso, explicou sobre uma conexão entre a ecologia natural e a ecologia humana, antecipando, assim, o conceito de ecologia integral, pautada na Laudato Si.
Vale, por fim, lembrar que, como já dissemos no primeiro parágrafo desta matéria, as palavras italianas Laudato Si, são traduzidas como “louvado sejas”. Elas fazem parte de uma citação do “Cântico das Criaturas”, de São Francisco de Assis, na abertura da encíclica, com a intenção de epígrafe, na qual o Santo louva a Deus, meditando sobre a bondade do sol, do vento, da terra, da água e de outras forças naturais. Que não nos esqueçamos da força que esta Carta Encíclica nos dá, e que repassemos o conteúdo em todos os ambientes, pelos quais transitamos todos os dias de nossas vidas.
Na próxima semana, disponibilizaremos as referências, fontes das sete matérias semanais sobre o tema central do título das matérias.
== Tenham bom proveito na leitura e um excelente final de semana! == (Prof. Bira)
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