É muito comum a gente ouvir os líderes e gestores de RH convocando os seus colaboradores para vestirem a camisa da empresa.

Reuniões, cursos e palestras motivacionais são montados para isso. Dinâmicas de grupo são desenvolvidas especificamente para esse fim e já é um discurso que os candidatos têm na ponta da língua na hora da entrevista de emprego: “quando eu entro visto a camisa da empresa”.

 

Tudo isso é muito bonito na teoria, mas na prática é, basicamente, um compromisso unilateral de lealdade; é praticamente um dar sem receber na mesma intensidade.

 

“Vestir a camisa da empresa” significa que a camisa é da empresa e, sendo dela, ela pode tirar a qualquer tempo e você estará sujeito a se ver totalmente despido de uma hora para outra, ‘com uma a mão na frente e a outra atrás” e, muitas vezes, sem receber nenhuma satisfação ou justificativa sequer.

 

Não estou afirmando aqui que trabalhar deve ser um ato frio e sem emoção ou que você deva fazer de tudo para a empresa dar errado. Não! Muito pelo contrário!

 

O termo “vestir a camisa da empresa” é até justificável no sentido de “jogar no mesmo time”, remar para o mesmo lado, vibrar com os colegas com o sucesso da empresa…

 

Porém, a mentalidade mais adequada seria pensar que você deve vestir a sua camisa a serviço da empresa.  Que você se conscientize que trabalhar para uma organização é uma prestação de serviço. Que você é um profissional competente, que está fazendo o seu melhor para realizar um trabalho e que ao final a empresa vai pagar por ele. Ponto!

A empresa para a qual você trabalha não é um time de futebol ou uma seita religiosa pelos quais você move mundos e fundos de forma voluntária e apaixonada para atender os objetivos de alguns poucos. Sua empresa é uma organização que precisa contratar profissionais competentes para fazê-la alcançar sua missão e você é um deles.

 

Quando você se conscientiza disso você sai de casa todos os dias com a ideia de que precisa prestar o melhor serviço possível para que a empresa continue contratando o seu trabalho.

 

Mas quando você coloca na cabeça que veste a camisa da empresa muitas vezes você entra num processo de “paixão” pela empresa muito fácil de ser frustrado porque a relação de trabalho é racional e está ligada diretamente a produtividade. E no momento em que a empresa entender que você não está prestando mais o serviço adequado certamente irá tirar a camisa de você de volta.

 

Porém, se a camisa que você estiver vestindo for a sua (a do time “você Ltda”) você estará hoje prestando serviço para essa empresa e amanhã oferecerá ou aceitará proposta para prestar seu serviço para uma outra empresa. Sem paixões por uma marca, um líder ou uma empresa. Daí você poderá oferecer seu trabalho a quem oferecer o melhor salário, as melhores condições, o melhor clima organizacional ou ambiente que você se sentir mais confortável.

Ou seja, quando você veste a camisa da empresa o poder está todo com ela. Mas a partir do momento em que você veste a sua camisa a favor da empresa o poder agora passa a ser dividido com você.

Em resumo, não vista a camisa da empresa, mas vista a SUA CAMISA a serviço da empresa.

Preste o seu serviço com excelência e sem paixões que qualquer empresa vai querer ter um funcionário ou (prestador de serviço) como você jogando no seu time.

Pense nisso!

Professor Sérgio Araújo, é Dr. em Administração, Headhunter e Escritor do Livro Vencendo o Desemprego.

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