Prof. Eduardo Ubirajara R. Batista
Vimos, na sexta-feira passada (30 de dezembro), que o modelo reducionista de Descartes não é adequado para uma aprendizagem “viva” (plural, atualizável) – não importando para que estudos ou práticas em diversas atividades da vida humana (economia, política, áreas profissionais acadêmicas, indústria, comércio, educação formal, pesquisas, etc.). Isto porque, a exemplo de nosso trabalho cotidiano, não deveremos lidar, apenas, com partes setoriais específicas, que servem, separadamente, ao todo, como conseqüência dos nossos objetivos, das nossas metas, realizações e satisfação com a vida.
Ao contrário do reducionismo, a educação formal ou informal holística, calçada no conceito de holismo, defendido por Smuts, oferece uma nova visão do ser humano relacionado com o mundo a ser explorado ou vivenciado. O princípio de que buscar explicações sob a égide do conhecimento científico implica, necessariamente, entender-se a partir do autoconhecimento. Por isso é que se diz: educar holisticamente é promover a formação do ser, individual e coletivo, conectando os sentidos real e ideal, juntos com tudo que o sensibiliza e idenfica-o. Assim, a prática da educação holística evita determinismos, que enfatizam técnicas específicas, e promovem o estímulo a uma visão mais ampla, plural sob a perspectiva de uma educação multifacetada, o que justifica a conectividade – uma união das partes, que provam o estado de interdependência.
A fim de unirmos a matéria (I) a esta, vale o lembrete de que, a fim de entendermos, melhor, a razão da validade maior do holismo sobre o reducionismo, explicamos, naquela matéria, algumas palavras-chave, tais como: dedução, indução, método hipotético-dedutivo e anunciamos as práticas integrativas. E como não conceituamos, ainda, práticas integrativas, vamo-nos familiarizar com essa expressão, ligada, particularmente, ao mundo da educação escolar. Ressaltamos a importância de se fazer, também, uma leitura sobre a distinção entre reducionismo e evolucionismo. E para entendermos a concepção de educação sob uma perspectiva holística, relacionando-a às práticas integrativas, iniciamos com alguns excertos de um texto escrito por Camila Conceição Pereira, da equipe de pedagogia da Infoescola (ver site ao final da matéria de hoje).
Pereira explica que a referida concepção da holística “[…] propõe resignificar não só a escola enquanto instituição de ensino, como também todos os atores que fazem parte desse conjunto, uma vez que, para o holismo, um fenômeno só pode ser analisado e, portanto, compreendido, a partir da perspectiva global acerca das interações que o definem e caracterizam. Portanto, uma instituição como a escola e os processos educativos que nela se realizam não podem ser compreendidos apenas pela soma dos elementos que a compõe (alunos, professores, pais, funcionários, coordenação, direção etc.) […]”.
Isso significa que a forma como a comunidade escolar se articula, relaciona-se com todos os segmentos administrativo, docente, discente e da família do discente, é que mostra o compromisso, o envolvimento e a motivação constante pelas práticas educativas, integradas, participativas, na escola. Desta maneira, continua Pereira, “[…] a Educação Holística visa contribuir para a Educação formal, lançando bases para privilegiar outros referenciais de educação, mais preocupados com a formação do cidadão, protagonista em questões sociais e ambientais no seu entorno.”(*)
Continuaremos, na próxima sexta-feira. Tenham bom proveito!
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(*)Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/pedagogia/educacao-holistica/
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