Especialistas citam pesquisas que demonstram benefícios da vida ativa
O Alzheimer afeta aos poucos as funções cognitivas. A doença atinge a capacidade mental, comprometendo, por exemplo, a memória, a fala e a realização de atividades cotidianas.
Essa doença é mais comum em idosos, mas a ciência tem demonstrado a importância de um estilo de vida saudável para a prevenção do mal. Pesquisas indicam que a atividade física é capaz de proteger contra fatores de risco, como relaciona a terapeuta ocupacional e doutora em ciências da reabilitação Isa Fortini.
“Estudos recentes mostraram que o processo inflamatório, a resistência à insulina, a dislipidemia, são distúrbios metabólicos que aumentam o risco de desenvolvimento de Alzheimer. Todos esses distúrbios metabólicos estão intimamente ligados ao estilo de vida, principalmente no que se refere a hábitos alimentares inadequados e à inatividade física. O que os estudos recentes de revisão sistemática da literatura indicam é que as pessoas que fazem atividades físicas estão, sim, mais protegidas do que aquelas pessoas sedentárias”.
Exercícios físicos se unem ao tratamento médico para melhorar a qualidade de vida de pacientes com Alzheimer.
“O que reflete no aumento da capacidade funcional, que é a habilidade da pessoa de realizar atividades de autocuidado, como vestir-se, banhar-se, alimentar-se, como na capacidade cognitiva. É importante salientar que o estilo de vida ativo é bom para todo mundo, e nunca é tarde demais para gente começar uma nova rotina com hábitos mais saudáveis”.
O educador físico Randy Duarte destaca a ação anti-inflamatória do exercício físico.
“Algumas evidências recentes sugerem que o exercício físico atua na neurogênese e exerce um efeito anti-inflamatório. Ou seja, melhora as características fisiopatológicas da doença de Alzheimer. Saiu uma pesquisa recente da Universidade de Federal do Rio de Janeiro que mostrou que o hormônio liberado durante o exercício físico pode ser a chave para reversão das falhas na memória causada pelo Alzheimer. Esse hormônio é a irisina, que, quando reposta, inclusive através do exercício físico, foi capaz de reverter a perda de memória em camundongos”.
Ele indica exercícios que estimulam a memória, além de alongamento, fortalecimento muscular, respiratório e exercícios aeróbicos, como caminhada. Mas é importante respeitar os limites do corpo e ter a orientação de profissionais especializados. O idoso também precisa sentir prazer em fazer atividade física para adquirir o hábito.
Edição: Rádio Nacional/ Sumaia Villela
No responses yet