A Asap/SE indica na tarde desta quinta-feira (17) dois excelentes filmes para seus associados!

Confira:

“Up Among the Stars” (2018)

As tantas misérias humanas vêm embaladas por sonhos, sonhos de todos os gêneros em “Up Among the Stars” (2018), elogio à loucura de uma vida fraturada tentando se reconectar com o mundo real. Em seu segundo filme, o ator e diretor espanhol Zoe Berriatúa encampa com fervor essa ideia em seu filme, tão curto quanto intenso, fazendo uso de dois personagens que se destacam cada qual no momento exato, sem que essa parceria saia prejudicada. Pelo contrário; logo que a história começa a despontar, um e outro roubam a cena em lances mágicos, muitas vezes perto do genial, em que Berriatúa faz questão de sublinhar o fantástico em seu roteiro, sem abrir mão do argumento o mais afinado possível com a realidade, o que faz desta uma trama nada óbvia. A maneira como o diretor-roteirista escolhe retratar o sofrimento de seus personagens centrais, transformando sua dor num outro sentimento, não exatamente alegria, claro, mas uma emoção híbrida, algo como uma doçura meio acre a perpassar a jornada da dupla, e, por conseguinte, o filme como um todo, faz toda a diferença no que toca às percepções do espectador. “Up Among the Stars” acaba sendo uma grande brincadeira, em que Berriatúa, seu público e os outros dois elementos na tela partilham impressões sobre dores universais e muito particulares, sentidas por qualquer um que se recuse a passar por cima do que lhe sopra a alma.

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“O Milagre” 2022

“O Milagre” é a convincente história de uma farsa. Com o filme, baseado no romance homônimo de Emma Donoghue publicado em 2016, Lelio — celebrizado por “Uma Mulher Fantástica” (2017), Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2018 — pretende atingir o coração do espectador no que ele pode ter de mais genuíno e, a um só tempo, de mais frágil: a crença de que a vida humana deve ser permeada pelo componente metafísico da religião e da espiritualidade, nessa ordem. Para tanto, junto com Alice Birch e Donoghue, filma um texto ágil, em que os 110 minutos de projeção transcorrem como num piscar de olhos, numa fluidez que causa espécie. Desempenhos como o de Florence Pugh são sempre um bônus em histórias já essencialmente cativantes, ou por tocarem superfícies muito delicadas do público ou devido ao encanto persuasório que essas tramas apresentam para aqueles que, à primeira vista, não se identificam em nada com o que se vai assistir. Sua Lib Wright, uma enfermeira inglesa deslocada para a Irlanda em 1862 a fim de cumprir uma perturbadora missão, deixa-nos cicatrizes quase tão profundas quanto às daquele cenário, palco de miséria e fome desde há, pelo menos, duas décadas. Lelio trabalha a inclusão de Anna O’Donnell, a personagem de Kíla Lord Cassidy, de modo a legitimar o sacrifício de Lib em meter-se numa nova vida tão transtornada por um ideal, ainda que regiamente paga. À medida que as duas se aproximam, claro, tudo o que parecia etéreo torna-se palpável, enfim. Como se queria demonstrar desde o princípio.

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Candidato ao Oscar, novo filme da Netflix é uma obra de arte que vai te arrepiar até a alma – Revista Bula

 

 

 

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