Prof. Eduardo Ubirajara R. Batista
Este é o último capítulo da série Crescimento Econômico (CE) e Desenvolvimento Social (DO). Tecemos, nas seis matérias, comentários sobre: a) a importância do PIB para a Economia de qualquer lugar; b) os vieses qualitativos na base dos cálculos do PIB e do PIB per capita; c) e se não existisse o PIB? – este 3º assunto representa o interesse maior da população de países subdesenvolvidos e dos chamados países em desenvolvimento. Só não poderemos esquecer é de que O PIB é um indicador fundamental para avaliar a atividade econômica e o desempenho global de uma economia. Mas, atenção! Incluir Desenvolvimento Social no âmbito das análises qualitativas do Desempenho Global é um risco de tendenciosidade. Orientamos que se faça uma releitura do Capítulo V.
Ao se inquirir sobre a pretensa desnecessidade do PIB e de se promover um levantamento pluridimensional, anual, contemplando as variáveis mais representativas da relação capital-trabalho com qualidade de vida das pessoas, essa relação seria, mesmo, mais eficaz e eficiente para se corrigir a injusta distribuição de renda? Nossa resposta seria: Em termos, sim, embora há de se reconhecer que, em países exclusivamente capitalistas, onde há uma resistência cruel em se pensar em distribuição de renda, preferindo-se aumentar a capacidade produtiva e de vendas, tendo em vista a alta competitividade no mercado, falta o interesse de melhorar a divisão de lucro, vez que a maioria das empresas pouco se importa com o desempenho do pessoal chamado de chão de fábrica e do pessoal executivo, treinado para aumentar o porte dos negócios de seus patrões, proprietários.
Quando uma empresa deseja fazer uma previsão de crescimento do seu ramo de negócios, ela procura saber como anda o PIB nacional e local e o efeito consequente de retração ou de evolução do seu faturamento para o próximo período (trimestre, ano…). Em 2022, o PIB brasileiro foi de R$9,9 trilhões. Já para o ano de 2023, a previsão é de um aumento de 3%. Em termos de PIB Nominal, o Brasil é a 12ª maior economia do mundo, e é a 8ª maior, em termos de paridade de poder de compra (PPC). Mas esse aumento esperado em 3% não contempla o setor de serviços. Logo, a empresa que vende serviços deverá fazer alguma incrementação ou inovação, para se manter firme, sustentável, no mercado – ou investir em outro ramo que apresente maior índice de crescimento.
Como se pode observar, o PIB não espelha importantes aspectos, que podem estimular e estimar a capacidade de vendas/compras, tais como: saúde, educação, lazer, qualidade de vida, distribuição de renda. E isto não esgota outros aspectos ligados às expectativas de bem estar do trabalhador e do próprio proprietário – guardando as devidas proporções. Analisar, bem, a precisão de comportamento da demanda durante os períodos mais alvissareiros, vale para preparar a oferta, balanceando-a com atrações focadas no preço, na qualidade do produto/serviço, na promoção agressiva, na expansão de locais de vendas mais próximos dos potenciais clientes e no aprimoramento do atendimento – isso gera fidelização.
Deve-se atentar, sempre, para a contração de venda/compra – ou maior número de itens de demanda. E quanto mais houver desaceleração do consumo, periódico, verifica-se, também, o aumento de desemprego, encolhimento do crédito e aumento dos juros. E se os governantes cortam estímulos para evitar crises, é preciso estar atento para os tiros-pela-culatra, isto é, aprofundar-se-ão as crises, pois, cortando-se os investimentos públicos, desestimula-se o gasto privado, acompanhado do corte de créditos bancários, por exemplo. Quanto à expectativa de que a reforma da previdência “[…] ao contrário do que vem sendo alegado, não tem a capacidade de tirar a economia da crise. Na prática, ela significa um aumento de impostos, por meio das contribuições previdenciárias que terão seus valores ampliados e serão alongadas no tempo.” (BASTOS, 2023)(*)
https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/produto-interno-bruto/#:~:text=O%20Produto%20Interno%20Bruto%20(PIB,desempenho%20global%20de%20uma%20economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/09/18/governo-aumenta-expectativa-de-crescimento-economico-para-32percent-em-2023.ghtml
(*)BASTOS, Pedro Paulo et alii. Disponível em https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2019/06/12/queda-do-pib-aponta-para-risco-de-recessao-prolongada
Boa leitura, bom proveito!
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