Prof. Eduardo Ubirajara R. Batista
Vimos, nas três matérias anteriores, os significados e os conceitos sobre Crescimento Econômico – CE e Desenvolvimento Social (DS). Saber a diferença entre essas duas variáveis foi importante para entendermos o por quê da Distribuição de Renda – DR ser tão injusta em nosso país. E, sabendo-se que a Metodologia Científica, incluindo a Estatística (Descritiva e Probabilística), é o caminho mais curto para o garimpo da pesquisa e, consequentemente, para o levantamento de hipóteses, que poderão ser testadas. Uma vez comprovadas, as hipóteses, capazes de corrigir conceitos e teses, candidatam-se a Leis ou a Teorias, que são a base explicativa de fatos ou fenômenos, bem como solucionadoras de problemas.
A ferramenta competente para servir de análise central da relação periódica ente CE e DS é chamada de Produto Interno Bruto (PIB), cujo conceito já vimos, também, nas duas últimas matérias, que precederam a esta de hoje. Uma síntese funcional, sobre como o PIB é calculado, é a de que provém da coleta de informações consignadas pelo IBGE junto a empresas e a setores produtivos, para saber quanto de valor adicionado foi inserido, no período delimitado para a pesquisa, e algumas estimativas, que são feitas, também, para determinar a atualização da riqueza, que é um estoque de valor dado, no qual o PIB corresponderá o quanto de riqueza foi adicionado a esse estoque.
O PIB pode ser calculado de forma nominal ou real. O nominal corresponde ao cálculo feito com base nos preços correntes, isto é, no ano em que o produto final foi produzido e comercializado. Leva-se em conta que o PIB nominal considera que há variações nos preços, mediante a inflação ou deflação. Por outro lado, o PIB real corresponde ao cálculo feito com base nos preços constantes. Escolhe-se um ano específico, não se levando em consideração o efeito da inflação, ou da deflação. Logo, o PIB real é o mais utilizado pelos economistas, porque, ao escolher um período específico – ano, por exemplo, calcula-se a produção sem a variação dos preços.
Ainda há a mensuração do PIB Per capita, ou seja, o PIB por pessoa, que é um indicador que representa aquilo que cada pessoa, do local analisado, teria direito do total de riquezas que são produzidas no país. Desta forma, esse tipo de PIB é dividido pelo número de habitantes da área, indicando o que cada pessoa produziu e variou a riqueza dela. Sendo assim, este tipo de PIB é considerado um indicador do padrão de vida. Logo, quando o país tiver um PIB elevado e a quantidade populacional relativamente maior, depreende-se que a qualidade de vida dessa população é baixa.
Com os resultados do PIB Real, o governo e os agentes econômicos podem- e devem – tomar decisões que, provavelmente, afetarão – para melhor ou para pior – a qualidade de vida das classes sociais. Logo, como “O consumo das famílias [que] é a mola propulsora da atividade econômica”, [o PIB poderá revelar se está havendo melhor ou pior distribuição da riqueza, isto é, Distribuição de Renda (DR)] (ROCHA)(**) Vale ressaltar, entretanto, que o PIB é, apenas, um dos indicadores-síntese de uma economia e, ainda que não represente o total da riqueza do país, mas, sim, o que foi agregado, inserido nesse total, ele ajuda a compreender a variabilidade do perfil socioeconômico do país, embora nem sempre expressando importantes fatores, entre eles o da própria distribuição de renda e a consequente qualidade de vida do povo.
Pode-se observar que, na matéria de hoje, a ótica predominante, na explicação sobre o PIB, foi a renda, sob preocupação na Distribuição de Renda, justa ou injusta, segundo fatores que mostram a eficácia dos índices levantados. Esses índices podem ser, também, calculados por outras duas óticas diferentes: a da demanda e a da oferta.
Dado ao exposto no parágrafo anterior, a fórmula do PIB Real pertinente, aqui, é: PIB = CF + IP + GG + BC. Isto é, o PIB nada mais é do que o Consumo Familiar (CF) somado ao Investimento Privado (IP), que é o gasto das empresas, mais o Gasto Governamental (GG) e o resultado da Balança Comercial (BC), que é o valor das exportações diminuído pelo valor das importações.
Na próxima matéria (V), vamos questionar e justificar sobre o que ocorreria se não houvesse cálculo do PIB.
(*) ROCHA, Marco Antônio. Unicamp. Campinas-SP. Disponível em: https://www.google.com/search? q=Como+calcular+o+PIB%3F&sca_esv=591053097&rlz=1C1FCXM_pt-PTBR1073BR1073&sxsrf= AM9HkKkBd_bzJjVgRAJD3OZpNz7dwkVJYw%3A1702607988672&ei=dLx7ZbapKPvY1sQP9pCS0AE&ved=0ahUKEwi2s-yCtZCDAxV7rJUCHXaIBBoQ4dUDCBA&oq=Como+calcular+o+PIB%3 F&gs_lp=Egxnd3Mtd2l6LXNlcnAiFENvbW8gY2FsY3VsYXIgbyBQSUI_SABQAFgAcAB4AZABAJgBAKABAKoBALgBDMgBAOIDBBgAIEE&sclient=gws-wiz-serp Acessado em: 6 dez. 2023 por eduardoubirajararodrigues@gmail.com
BRASIL ESCOLA. O que é PIB? Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-pib.htm (referência auxiliar) Acessado em 18 out. 2023 por eduardoubirajarabatista@gmail.com
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