Prof. Eduardo Ubirajara Rodrigues Batista
Vimos nas quatro matérias anteriores, sobre Constelação Familiar Sistêmica (CFS), que, por essa teoria de Bert Hellinger, é possível detectar reais problemas, que se caracterizam como sendo conflitos, e de como resolvê-los de modo mais eficaz e efetivo. Esse método terapêutico pode ser aplicado em diversas situações-problemas, uma vez que as constelações familiares são bastante ricas em metodologias, principalmente das chamadas Ativas. Hellinger procurou entender como as emoções acumuladas nos núcleos familiares influíam na tomada de decisão de cada pessoa. Identificando essas emoções, era possível revelar um padrão de pensamento e, consequentemente, a origem do conflito. A partir do conhecimento dos motivos que levavam ao comportamento motivador do conflito, seria possível que este fato não se repetisse.
Na educação, esse método é chamado de Sistêmico, dada a forma planejada, organizada em sua aplicação, com provas demonstrativas de sua eficácia, apoiadas, principalmente, na lógica Aristotélica. Ainda nos dias atuais, essa lógica dedutiva encontra-se enraizada em nosso pensamento ocidental. Diz-se que essa noção de sistema é, também, imprecisa, apesar de utilizada em um número crescente de disciplinas, devido ao seu poder de unificação, de integração e de auxiliar às tecnologias modernas. Destaque-se, entretanto, que nenhuma definição da palavra sistema satisfaz, mas que somente a noção de sistema é suficiente para se entender uma pedagogia sistêmica. A própria aprendizagem é um processo sistêmico e qualquer abordagem sistêmica é baseada na necessidade de aprendizagem. Assim, aprendendo a aprender, somos capazes de resolver não só um problema proposto, como quaisquer outros problemas análogos, em geral. Isto é, aprendemos a classificar os contextos dos problemas, mesmo com variáveis culturais impactantes.
Na escola, todos devem estar no seu devido lugar, a exemplo do professor. E os pais não ocupam mais, totalmente, os seus lugares, “pois os professores tendem a ocupar o lugar dos pais. E, às vezes, os pais exigem esse papel dos professores, para substituí-los; se os pais não ocuparem o seu lugar, o que acontece com os professores? Se os professores buscarem substituir os pais, perdemos a escola.” (Ver em https://constelacaoclinica.com/educacao-sistemica-2/ ). Via de regra, quando o professor busca ocupar todos os campos dos alunos, surge então um conflito de poder entre os pais e o professor. É quando esquecemos a criança, que foi colocada na escola para aprender. Quando a escola não sabe como lidar com este tipo de conflito, fecha as portas da escola aos pais.
Ao trabalhar com as Constelações, revê-se o destino que une membros da família há várias gerações. Sabemos que os papéis que cada um assume dentro do sistema familiar surgem das dificuldades que os professores ou nossos filhos criamos e vivemos. Essas dificuldades podem ser, entre tantas, de: relacionamento; problemas conjugais ou familiares; violência doméstica; doenças; acidentes; tristezas; contratempos financeiros; destinos difíceis e solitários; bloqueios de criatividade ou emoções predominantes, como raiva, medo ou ressentimento,
As Constelações Familiares são aplicadas em todo o mundo: em prisões, escolas, nas diversas instâncias jurídicas, em conflitos étnicos e em outras organizações – públicas ou privadas. No caso das escolas, a CFS pode agir em pontos cruciais, quando se trata do comportamento de um aluno. Quando uma criança ou adolescente tem desvios de atenção e comportamento inadequado, é possível descobrir e curar este problema, através da terapia da constelação.
Os questionamentos levantados em instâncias profissionais de interesse com problemas na educação escolar, a exemplo de psicólogos, sociólogos, antropólogos, pedagogos, religiosos, assistentes sociais, com posições – parciais ou totais – contra a CFS, ora são de teor conceitual, ora de pertinência mais adequada a cada classe de profissionais, tais como os citados acima. Em nosso entendimento, com o avanço da tecnologia auxiliar à aprendizagem, haverá necessidade de redimensionar cada papel desses profissionais, buscando-se, na inter-especialidade, o modelo adaptado a uma transversalidade capaz de eliminar barreiras e de construir um modelo resultante das Metodologias Ativas e afins. Todos os personagens pertinentes às áreas educacionais e periféricas haverão de abrir mão da não admissibilidade do coletivo-pelo-coletivo, de tal forma que as variáveis intervenientes, que apoiam a consolidação do aluno como protagonista do próprio saber, sejam contempladas. Assim, todas as pessoas envolvidas na construção desse novo modelo agregador, em prol da melhoria da Educação, serão somativas, proativas, em vez de reativas.
Observação: Algumas informações expostas nesta matéria, compiladas e adaptadas pelo autor, tiveram apoio nas fontes abaixo:
https://constelacaoclinica.com/educacao-sistemica-2/
https://www.revista.esmesc.org.br › viewFile PDF
Bom proveito!
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