Como Reconstruir a Paz no Mundo (II): indicadores de degradação da paz, segundo Pierre Weil

Prof. Eduardo Ubirajara R. Batista

Na semana passada, dedicamos a primeira parte do título principal desta pequena série de matérias (três partes), citando, resumidamente, dados relevantes sobre a biobibliografia do psicólogo, escritor e educador Pierre Weil. Reprisamos, neste parágrafo, alguns destaques da matéria anterior. Justificamos a escolha desse estudioso pelo fato de ter sido considerado um Mensageiro da Paz, Guardião da Paz e Samurai da Paz. E foi a partir dos 14 anos de idade, quando escreveu um diário didático, Minha pátria é principalmente a Terra, que serviu de motivação para que ele defendesse uma unificação da Europa – econômica e fronteiriça. O principal reconhecimento, pelo intento de Weil, viabiliza-se através de uma Educação para a Paz, visando a eliminação de conflitos e crises outras, através de uma transformação pessoal, social e ambiental, no mundo. Essa defesa ampara-se pela sustentabilidade de uma paz duradoura, que lhe rendeu, em 2000, o Prêmio Unesco de Educação para a Paz. Vale lembrar que o principal livro motivador, publicado por Weil, foi A Arte de Viver em Paz (interior e exterior). Ver mais na biobibliografia na Parte I do Informativo ASAP de 25/07.

Nesta Parte II do assunto em tela, discorreremos os principais indicadores de degradação da paz no mundo. (1) Esses indicadores têm origem no generalizado e crescente aumento dos conflitos internos, nacionais e internacionais, desde a II Guerra Mundial aos dias atuais. Em geral são oriundos de injustiça socioeconômica, tal como a avareza, ambição crescente pelo poder territorial, fomentando, mais ainda, a história da acumulação concentrada do “grande” capital, versus estagnação dos direitos dos trabalhadores. Ou seja, a acumulação do capital pelos ocupantes de cargos políticos mais altos ou daqueles “grandes” empresários, sugam a força do trabalho e não repartem um pouco do lucro exorbitante das grandes empresas deles. Muitos políticos recebem nababescos salários, comissões e diversas regalias exclusivas para eles, assim como ocorre com grandes empresários, que embolsam pomposos rendimentos, às vezes com o recurso de sonegação de impostos, negando-se uma justa distribuição de renda com seus associados empregados. Daí, os conflitos afloram.

A instabilidade política, um indicador específico de conflitos, é provocada, geralmente, por quem deseja apossar mais poderes, contribuindo, injustamente, para uma situação de exclusão social e econômica a quem mais trabalha. Isso pode gerar uma agitação conflituosa, até violenta, pois, muitas vezes, a injustiça social é tão grande, que o terrorismo, os homicídios e os crimes organizados emergem, perigosamente. Já a militarização ostensiva, quando arbitrária e bastante despreparada é capaz de criar conflitos entre as instituições públicas e privadas. Lembramos que uma economia, socialmente injusta, exploradora de seus clientes internos e externos, no tocante à falta do cabível reconhecimento do mérito dos(as) trabalhadores(as), e dos fiéis consumidores, somente pode destruir a qualidade de serviços ou de produtos. Isso desvela a enganosa benignidade de líderes dos poderes oficiais e privados, que, indiferentes ao bem estar de quem lhes serve, mantêm o próprio crescimento econômico. Por outro lado, o contingente da força de trabalho mantém a precarização do poder de sua sobrevivência.

Um outro indicador de crise ou conflito é O deslocamento de populações, principalmente para outras regiões internas ou para países mais seguros, chegando a mais 120 milhões de pessoas. Uma vez expulsas as famílias, de suas casas, devido a esses e outros tipos de conflitos e crises, como os de mudanças climáticas, desastres naturais, além das pressões de países que impõem severa taxação de impostos aos seus exportadores menos desenvolvidos, a paz não se restabelece e as injustiças, somente, aumentam. Isto sem falar nas invasões cruéis de países vizinhos. Há casos de apropriação, ilegal, territorial por países mais fortes, sob o aparato de exércitos bem armados, destruindo lares, hospitais, escolas, mercados e supermercados de alimentos, resultando, até, em genocídio às populações mais fracos. Os gastos com armas destruidoras de nações invadidas são bem maiores do que o quanto se poderia promover um mundo mais educado, mais solidário e mais saudável. (1).

Diante das colocações expostas nesta segunda matéria, poderemos preparar a matéria da próxima semana, com igual título, mas com um subtítulo pertinente à promoção de uma sensibilização na sociedade, visando-se à reconstrução da devida paz, que almejamos para as gerações presentes e futuras, pensando-se em um mundo bem melhor que o atual.


(1) PRINCIPAIS INDICADORES de Degradação da Paz no Mundo.Google. Disponível em: https://www.google.com/searchq=Principais+indicadores+de+degrada%C3%A7%C3%A3o+da+Paz+no+mundo&rlz=1C1FCXMptPTBR1073BR1073&oq=Principais+indicadores+de+degrada%C3%A7%C3%A3o+da+Paz+no+mundo+&gs_1crp=EgZjaHJvbWUyBggAEEUYOTIHCAEQIRigATIHCAIQIRigATIHCAMQIRigATIHCAQQIRigAdIBCjUwNjgxajBqMTWoAgCwAgA&sourceid=chrome&ie=UTF-8 Acessado em: 15 maio 2025.
(2) WEIL, Pierre. A Arte de Viver em Paz: por uma nova consciência e educação. 2. ed. São Paulo: Editora Gente, 2002.

CATEGORIES:

Notícias

Tags:

No responses yet

Olá, a ASAP/SE agradece seu comentário

Descubra mais sobre

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading

Abrir bate-papo
ASAP/SE
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?