Antecedentes das Metodologias Ativas, Holismo e Humanismo na Aprendizagem escolar: breve escorço histórico (Final I)

 

Prof. Eduardo Ubirajara Rodrigues Batista

 

Baseando-nos nos quatro capítulos sobre metodologias ativas e quatro capítulos da metodologia holística – incluindo, neste caso, uma comparação entre o holismo e o humanismo –, teceremos, no capítulo final (I), desta série, alguns pontos relevantes que precederam  busca de diversas metodologias, capazes de desvelar os segredo de uma crise da Pedagogia, em todo mundo, a partir dos desdobramentos do modo de produção capitalista predominante, em um mundo mutante com as novas tecnologias surgentes, prejudicial, em princípio, às classes sociais menos abastadas.

A partir dessa revolução econômica e antropológica, surgiu uma principal justificativa nossa, para caracterizar, analisar e avaliar as atuais modalidades metodológicas e didáticas, no período em que cursávamos o mestrado em Educação na UFBA, nos anos de 1976 e de 1977. Entre diversas fontes estudadas durante o curso, interessou-nos, sobremaneira, o livro A Crise Mundial da Educação (1976) de Pillip Coombs, que gerou outro livro dele, Coleção Debates – A Crise Mundial da Educação (1986).

Com base na crise da Pedagogia, abordada por Coombs, principalmente nas décadas de 1960 e 1970, desencadeou-se uma série de pesquisas, em comunidades diferentes dos continentes. A Pedagogia, na época, não era, apenas, incapaz de resolver, sozinha, a referida crise no sistema mundial, como, também, não contava – como não conta, ainda hoje, com o apoio integral do poder público, via de regra, ocupado, primordialmente, pelas forças econômicas. Assim, pesquisar as causas e comparar os antecedentes dessas causas com as respectivas consequências era um ponto de partida defendido por Coombs.

Àquela época, já havia, no Brasil, alguns estudos e aplicações pontuais do método de alfabetização de Paulo Freire, a partir de experiências bem sucedidas, em 1963. O livro A Prática da Liberdade para Além da Alfabetização criou um frisson, em termos de animação, vibração positiva, que correu o mundo. Isto porque a educação sempre se sustentou na ideologia política de estado, principalmente sob o domínio das forças econômicas concorrentes e desfavoráveis à promoção de formandos, em todos os níveis. Estes diplomados sentiam, e sentem ainda, a necessidade de compreender como é este mundo de poucos dominadores socioeconômicos e políticos, diante de povos dependentes, dominados.

A nova escola não deveria preparar, apenas, as pessoas para o trabalho, mas, também, para emancipar sua cidadania, em função da alfabetização libertadora. Vários outros livros de Paulo Freire sedimentaram valores sociais, que, mesmo com obstáculos, como o da ditadura militar de 1964, que perseguiu e planejou dar fim à literatura clarificadora do status quo.

Como sabemos, educação não é uma mera transmissão ou uma mera recepção de conhecimentos preestabelecidos pelos governantes de plantão. E os indivíduos comuns, vêm aprendendo, aos poucos, como entender melhor os saberes circundantes na sociedade e, principalmente, nas ciências, para alcançarem o significado desses projetos pouco entendidos pela maioria da sociedade. Eles vão deixando de ser receptores passivos.

Como um fenômeno social, a educação, ainda com avanços e retrocessos, é inerente à constituição do homem e da sociedade, a que pertence. É integrante, portanto, da vida econômica, política e sociocultural. Daí a necessidade de criar mais alternativas, de preferência que apressem a apreensão mais urgente, detalhada, ao mesmo tempo, holística, da existência transformadora do cidadão.

Na próxima sexta feira, 3 de fevereiro, fechamos esta série com uma síntese comparativa entre as metodologias ativas, a metodologia holística bem como a presença do humanismo nas duas primeiras.

Tenham bom proveito, nesta matéria, e um excelente final de semana.

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