Prof. Eduardo Ubirajara R. Batista
Nesta matéria, vamos expor alguns conceitos sobre guerra, encontrado no Google; um fato relevante sobre o papel negativo da guerra para a humanidade, explicitado por quem participou de várias guerras e que confessou sua decepção e desencanto pela guerra, chegando a escrever o livro War is a Racket (A guerra é uma Extorsão). O autor do livro e ator do importante fato histórico, indicado nos 3 últimos parágrafos desta matéria, foi o major-general fuzileiro naval dos Estados Unidos, Smedley D. Butler (1881-1940). Durante sua carreira de 34 anos como fuzileiro naval, ele participou de várias ações militares, entre as quais: nas Filipinas, na China, na América Central, no Caribe e na França. Apesar de várias condecorações, incluindo a Medalha de Brevet do Corpo de Fuzileiros Navais, a Medalha de Honra Naval e Medalha de Serviço Distinto (USA), ele foi um severo crítico do aventureirismo militar dos Estados Unidos.
É de notório saber, para que conhece História Universal, que toda guerra é a imposição de uma ordem sobre outra, é uma estratégia de interesses entre opositores, portanto. Às vezes, ouvimos confusões sobre o conceito de guerra, quando, na realidade, trata-se de luta entre desafetos com seus interesses distintos, como: expansionismo territorial, dominação espúria para apropriar-se (invasão) de terras alheias mas independentes, economicamente, religiosamente e legalmente com suas constituições reconhecidas por organizações internacionais, a exemplo da ONU. Da mesma forma e com interesses corporativos, principalmente, ocorrem as Revoluções. Estas nem sempre foram vencidas pelas lutas legítimas e legais, a exemplo das insurreições e golpes.
Resta saber, então: quais os interesses de quem invade e de quem se defende? Há poucos dias, especulava-se se o Brasil deveria se unir aos Estados Unidos para invadir a Venezuela.(*) Uma vontade fantasiosa, por óbvio, vez que, como disse o próprio presidente brasileiro atual, não haveria sequer as armas necessárias para tal assalto, tampouco motivações expansionistas. Pior, ainda, quando entre estratégias revolucionárias, prevê-se o infanticídio de se criar um exército de meninos, para adentrar selvas desconhecidas e inóspitas, com ou sem armas, sem treinamento e, o mais grave, uma invasão desprovida de razões convincentes. Pergunta-se: A quem interessaria tal aventura irresponsável e cruel?
Em agosto de 1931, o general americano Smedley Butler, foi convidado a proferir uma palestra. Como conta a História(*), Butler sentou-se nervosamente, passou a mão pelo cabelo esparso e olhou a plateia. Depois, começou a fazer um discurso, que surpreendeu alguns e incomodou muitos, porque ele disse coisas que os presentes nunca pensaram ouvir da boca de um militar do quilate e prestígio dele.
Iniciou dizendo: “Senhores, a guerra é uma farsa! Durante minha vida militar, passei a maior parte do meu tempo sendo um valentão a serviço das grandes empresas de Wall Street e de seus banqueiros.” E sendo mais implacável consigo, Butler historiou: “Eu era um extorsionário, um intimidador, um pistoleiro sob as ordens do dinheiro.” Em seguida, citou todas as guerras das quais participou, os interesses envolvidos, os quais defendera: “Como assegurar os interesses petroleiros americanos no México, em 1924; a pressão sobre a República Dominicana para vender açúcar em 1912 e ameaçar Honduras em favor das companhias frutíferas?”
Buttler admitiu, na palestra, que ganhou diversas medalhas e honrarias por conta das intimidações e extorsões que praticou em favor do grande capital americano. E, apesar da pressão dos serviços secretos sobre ele, mostrou a mesma determinação que o fez um guerreiro, e por anos foi dando palestras e escreveu um livro citado no primeiro parágrafo desta matéria. Ele insistiu: “A guerra é uma farsa. Eu violentei meia dúzia de repúblicas da América Central para o benefício de Wall Street.
No livro, pode-se ler: “Após a Primeira Guerra Mundial, pelo menos 21.000 novos milionários e bilionários surgiram oficialmente nos Estados Unidos, sem contar aqueles que mentiram para o Tesouro em suas declarações e que, também, [se] enriqueceram.”
Mas, desses afortunados injustamente, prossegue no livro: “[…]quantos cavaram trincheiras, quantos foram famintos nos abrigos subterrâneos infestados de ratos, quantos passaram noites terríveis sem dormir, esperando os bombardeios e as balas das metralhadoras? Quantos deles morreram ou foram feridos nos campos de batalha?”[…] Como asseverou Butler. “Quando uma nação ganha um território com a vida de todos, seus recursos são explorados por poucos que enriquecem rapidamente. Mas são as pessoas comuns que pagam a conta, com corpos dilacerados, casas destruídas, depressão econômica e aumentos de impostos.”
Nota: Sobrevivente de inúmeras guerras, Buttler morreu cinco anos depois. E não houve [!] autópsia.
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(*) Disponível em: https://jornalibia.com.br/colunistas/pedrostiehl/a-quem-interessam-as-guerras/
Acessado em: 19 out. 2023 por: eduardoubirajarabatista@gmail.com
Bom proveito
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