A importância dos temas anuais da Campanha da Fraternidade do Catolicismo

Prof. Eduardo Ubirajara R. Batista

A Campanha da Fraternidade é um tipo de ação evangelizadora da Igreja Católica no Brasil. A Campanha da Fraternidade nasceu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal, RN, como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa humana, dos filhos e filhas de Deus. Mas a mobilização, que resultou na primeira versão da Campanha, em 1961, no Rio Grande do Norte, foi alavancada a partir de outra campanha levantada por três padres, que visavam arrecadar fundos para assistir aos pobres, através da ­Cáritas Brasileira, um dos organismos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). E devido ao bom êxito da experiência de 1961, 16 dioceses do Nordeste também realizaram a campanha em suas comunidades a partir de 1962. E as Igrejas particulares se introduziram no que seria chamada, inicialmente, de Campanha de Solidariedade. Em 1964,a Campanha da Fraternidade já percorria todo o território brasileiro.

Esse projeto foi o embrião para a concepção do projeto da Campanha da Fraternidade que, mais tarde, seria assumida como uma ação da Igreja no Brasil, como gesto concreto no período da Quaresma.(*) Como se trata de uma campanha que busca a maior abrangência possível dos problemas impeditivos da vida em harmonia, muita paz e solidariedade cristã, foi necessário fundamentar um primeiro e robusto Objetivo Principal, a fim de ramificar os diversos objetivos específicos ou complementares. Esse primeiro grande objetivo é: despertar, anualmente, a solidariedade dos cristãos e da sociedade, a respeito de um problema real que atinge a sociedade brasileira, buscando caminhos e soluções para enfrentar e solucionar tais problemas expostos em fóruns da sociedade religiosa e analisados nas instâncias episcopais, ouvindo-se, inclusive, a gestão do Vaticano, a partir do Papa.

Assim, como, em 1962, teve início, na Igreja Católica, o Concílio Vaticano II – reuniões nas quais os prelados discutiram e regulamentaram vários assuntos da Igreja, aproveitou-se essa oportunidade que a Igreja no Brasil oportunizou para “[…]conceber e estruturar melhor o projeto [então já conhecido fora do Brasil] da Campanha da Fraternidade.” (**) Desta forma, viu-se que era necessário o despertar (citado no parágrafo anterior) a solidariedade, o que significa, primeiramente, na prática, promover a “[…] expressão de comunhão, da conversão e da partilha. Comunhão na busca de construir a verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho; e partilha, como visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a constância na esperança em Cristo Jesus (Cf. 1Ts 1,3).” (***)

Vale uma observação conhecida por nós cristãos: A partilha, para o contexto da distribuição de renda atual, principalmente em países ainda não desenvolvidos, quanto à partição do pão. Isto é, no espírito é precária a relação trabalho/economia + reconhecimento salarial, pouco visível. Logo, a justiça dos homens não segue, integralmente, os desígnios de Deus, tal como em João 15:12, ou seja: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei.” Na verdade, bem digamos que poucos são os justos, entre os homens de vasto poder material, que seguem a justiça pregada por Jesus. Se não há uma sensibilização continuada, junto à sociedade e à mídia, em geral, voltada, principalmente, para a questão da terra, enquanto natureza alimentadora da humanidade, o quadro da fome, da violência generalizada… continuará sendo obstáculo real para a melhor qualidade de vida das nações.

Voltemo-nos, agora, para alguns objetivos complementares ou específicos da Campanha da Fraternidade:

I   – Despertar o espírito comunitário e cristão;

II  – Educar para a vida em fraternidade;

III – Renovar a consciência da responsabilidade de cada um de nós, pelas ações humanitárias da Igreja.

Com relação aos temas anuais da Campanha da Fraternidade, citaremos na matéria da próxima semana. Para este ano, o tema eleito pela Igreja é: ­Ecologia Integral, que o explicaremos, também, na matéria da próxima semana. Este tema parece, um tanto, com o tema de 2010: Economia e Vida. Esse tema parte do (di)lema“Você não pode servir a Deus e ao dinheiro, ao mesmo tempo.”

_________________________ 

REFERÊNCIAS
(*) 
https://www.google.com/search?q=breve+hist%C3%B3ria+da+campanha+da+fraternidade&rlz=1C1FCXM_pt-PTBR1073BR1073&OQ=Breve+hist%C3%B3ria+da+Campanha+da+&gs_lerp=EgZjaHJvbWUqBwgBECEYoAEyBggAEEUY   OTIHCAEQIRigATIHCAIQIRigAdIBCTI4NzgxajBqN6gCALACAA&sourceid=chrome&ie=UTF-8  Acessado por eduardoubirajarabatista@gmail.com  em: 05 fev. 2025. (**)  https://www.cnbb.org.br  Acessado por eduardoubirajarabatista@gmail.com   em: 05 fev. 2025. (***) https://www.a12.com  Acessado por eduardoubirajarabatista@gmail.com   em: 05 fev. 2025.

Bom proveito e excelente final de semana!

Professor Eduardo Ubirajara R. Batista

Edição por: Jornalista Leonardo T. Simões

CATEGORIES:

Notícias

Tags:

No responses yet

Olá, a ASAP/SE agradece seu comentário

Latest Comments

Nenhum comentário para mostrar.

Descubra mais sobre

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading

Abrir bate-papo
ASAP/SE
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?