O Laboratório de Biologia e Imunologia do Câncer e Leishmania (LaBICeL) da Universidade Federal de Sergipe foi selecionado para receber o treinamento e capacitação microscopia intravital executado pela equipe da Bioimaging Brasil. A iniciativa é apoiada pelo Chan and Zuckerberg Initiative (CZI) e tem o intuito de democratizar o acesso à microscopia intravital e difundir o conhecimento em todo país, atendendo uma unidade em cada estado.
O evento foi dividido em dois momentos, realizado nos dias 21 e 22 de maio. O primeiro dia de evento aconteceu no miniauditório do Departamento de Morfologia e contou com aula teórica ministrada pela pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais e gestora científica do Programa Bioimaging Brasil, Maísa Antunes. O intuito da aula foi explicar dos conceitos básicos da microscopia à aplicação da microscopia intravital.
“O projeto propõe conhecer pelo menos um laboratório por estado do Brasil para treinar os pesquisadores nessa técnica e, a partir disso, esse pesquisador poderá disseminar o conhecimento no seu estado para ajudar mais pesquisadores. Isso é feito em dois momentos: primeiro nós temos uma aula teórica, na qual eu passo conceitos básicos de microscopia e de microscopia intravital, desde princípios básicos até como planejar um experimento, e depois nós temos o momento de aula prática, que nós vamos, de fato, treinar os pesquisadores para fazer a microscópia intravital. Então, treinamos com animais de laboratório, usando diretamente o microscópio”, relata Maísa Antunes.
Seleção e iniciativa
A professora do Departamento de Morfologia da UFS e coordenadora do LaBiCel, Cristiane Bani Correa, esteve à frente da organização do evento. “Nós participamos de uma seleção, que tivemos acesso através da divulgação da Sociedade Brasileira de Imunologia, e fomos uma das instituições selecionadas no país. Esse treinamento vai possibilitar que todos os professores e pesquisadores que quiserem utilizem a técnica e vai permitir o nosso avanço nas pesquisas em modelos animais, porque vamos conseguir, através dessa técnica, ver os órgãos dos animais por microscopia de fluorescência”.
A microscopia intravital é utilizada para visualizar eventos biológicos em organismos vivos com exatidão e em tempo real, o que difere das técnicas tradicionais que utilizam tecidos e células isoladas para análise, que são fixados na maioria dos casos. O projeto Bioimaging Brasil, sediado na UFMG, foi selecionado pelo edital “Expandindo o acesso global à bioimagem”, financiado pela iniciativa filantrópica CZI. A ação também conta com suporte administrativo-financeiro da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) no que diz respeito a gestão dos valores repassados Pela CZI.
Aliando prática à teoria
O segundo dia de evento foi realizado no LaBICeL, localizado no próprio Departamento de Morfologia, e demonstrou, através de intervenção cirúrgica em animal vivo, como utilizar a microscopia intravital na prática.
A estudante de doutorado Mylaine Santos integra o Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da UFS. Ela está no primeiro ano do programa, participou da capacitação e pretende utilizar as técnicas do treinamento no projeto de pesquisa.
“É uma técnica que eu não tive contato, então achei interessante a iniciativa. Vai agregar na minha formação porque eu também trabalho com animal in vivo, então essa prática de microscopia intravital vai auxiliar, de alguma maneira, no meu projeto ou em futuras pesquisas que eu venha a desempenhar”, afirma a pesquisadora.
Thaisy Santa Rosa – bolsista
Letícia Nery – Ascom UFS
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