Primeira noite do Forró Caju no Augusto Franco reúne multidão e exalta a tradição junina
O Forró Caju 2025 segue firme em seu propósito de levar a tradição do melhor São João do Mundo por todos os cantos de Aracaju. Nesta quarta-feira, 4, foi a vez do conjunto Augusto Franco sentir de perto o calor da festa no Palco Clemilda. A Praça Acrísio Garcez, conhecida como Praça dos Correios, se transformou em um grande arraial, reunindo famílias, forrozeiros e amantes da boa música para curtir os shows de Elba Ramalho, Chambinho do Acordeon, Orquestra Sanfônica de Aracaju, Luizinho Calixto e da banda Casaca de Couro.

A descentralização do evento, que leva a festa para mais perto da população, tem sido um dos pontos altos da edição deste ano. A prefeita Emília Corrêa esteve na abertura da noite e destacou o papel do Forró Caju na valorização da cultura popular. “Estamos muito felizes, vendo a alegria das pessoas que estão aqui. Com certeza prevalece a população aqui do Augusto Franco, mas também de toda Aracaju. Está muito bonito. A descentralização vai para perto das pessoas e, assim, a gente vai contemplando a tradição, o moderno, todos os gostos e lugares diferentes”, destacou.
Coube à Orquestra Sanfônica de Aracaju (Orsa) a responsabilidade de abrir a noite com o som característico das sanfonas, marcando a estreia da programação musical no bairro. Comandado pelo maestro Evanilson Vieira, o grupo arrancou aplausos e deu o tom da festa. “Sempre muito forte um momento como esse, uma apresentação muito boa, o público animado, festa boa e organizada, então deu tudo certo, não tinha como dar errado. É sempre uma alegria tocar, mostrar nosso trabalho para o público que vem todo ano exclusivamente para dançar o forró no Forró Caju. Só temos a agradecer”, celebrou o maestro.
O forró raiz também teve seu espaço garantido com a apresentação de Luizinho Calixto. Natural de Campina Grande, o sanfoneiro paraibano encantou a plateia com seu estilo autêntico, marcando sua primeira grande apresentação em Aracaju. Reconhecido como o primeiro artista brasileiro a cantar e se acompanhar com a sanfona de oito baixos afinada no modelo mais popular do Nordeste, Luizinho celebrou a recepção calorosa. “Eu já estive aqui uma vez no Fórum do Forró, mas foi uma passagem bem resumida. Hoje não, hoje eu acredito que devo tocar para uma multidão de gente que está numa expectativa muito grande. Como sempre, todas as noites aqui são assim, não só aqui, mas em todo lugar que faz a tradicional festa de São João”, disse.
Quem também brilhou na abertura do Forró Caju 2025 foi Elba Ramalho. A cantora, que participou da primeira edição do evento em 1993, voltou ao palco com a mesma energia e emoção de três décadas atrás. Em um show marcado por tradição e carinho do público, ela destacou a importância de manter vivas as raízes culturais. “Eu fico honrada com todo esse carinho e reconhecimento. Os tempos passaram, a festa amadureceu, eu também. A gente se renovou, mas vem com a mesma satisfação de 32 anos atrás, a mesma alegria, a mesma vontade de dar o melhor, de transformar essa noite em algo positivo, alto astral. Eu adoro Aracaju. Esse lugar tem uma história comigo. Tem alguns lugares assim que são específicos. Você sabe que tem uma ligação com a terra pelo teu histórico, por ser cidadã aracajuana, por estar aqui, por conhecer tantos artistas, por ter muitos fãs”, celebrou.

Na sequência, foi a vez de Chambinho do Acordeon emocionar o público com sua autenticidade. Em sua primeira apresentação no Forró Caju, o artista trouxe um repertório marcado por clássicos do forró e homenagens a Luiz Gonzaga, figura que também interpreta no cinema. Chambinho foi um dos protagonistas do filme Gonzaga: De Pai pra Filho (2012) e se prepara para voltar às telonas no papel do Rei do Baião no longa Luiz Gonzaga – Légua Tirana, que estreia em agosto nos cinemas de todo o país. “No Forró Caju é a minha estreia. Já toquei em alguns eventos particulares aqui, em casas de show, mas sempre sonhei em me apresentar nesse palco. Essa é a minha grande oportunidade. Estou muito feliz, confesso que um pouco ansioso, mas muito realizado. Estamos com banda completa, um repertório com xote, xaxado, baião e muito arrasta-pé. E trago uma novidade: vamos exibir o trailer do filme Légua Tirana, dirigido por Marcos Carvalho”, revelou.
Por volta de 1h30 da manhã, foi a vez da banda sergipana Casaca de Couro subir ao palco, mantendo o clima animado com o forró tradicional que marca sua trajetória de 27 anos. Com forte ligação com o Forró Caju, o grupo celebrou mais uma participação no evento e destacou a descentralização da festa. O sanfoneiro e vocalista Joaquim Ferreira falou sobre o impacto dessa iniciativa na vida dos artistas e nas comunidades. “Essa festa tem um diferencial por estar acontecendo nos bairros de Aracaju. Isso aproxima o artista do público, movimenta a economia local, gera renda e proporciona uma estrutura que dificilmente teríamos em outros contextos. É um momento ímpar, tanto para nós quanto para os bairros”, disse. “Estamos no Forró Caju desde o início. Para a gente é sempre um prazer. Todo ano a gente viaja pelo Nordeste, mas voltar para a nossa terra, tocar para o nosso povo, é o que mais nos empolga”, concluiu.
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