Forró Caju no Bugio exalta a força da cultura nordestina em última noite de festa

O último dia do Forró Caju 2025 no Bugio, zona norte de Aracaju, neste domingo, 8, foi marcado por uma noite de festa e emoção, onde a cultura nordestina foi celebrada com intensidade. O evento promoveu um encontro entre gerações e estilos, tendo o forró como protagonista. No palco Josa, grandes nomes da música passaram, como Thais Nogueira, Geraldo Azevedo, Jorge de Altinho e Jorge Ducci, encerrando com grandeza a edição descentralizada do evento. 

Cantora Thais Nogueira

Primeira a subir ao palco, a cantora sergipana Thais Nogueira trouxe a força e a representatividade de quem carrega o forró no sangue. Filha de Erivaldo de Carira, um dos maiores nomes do gênero no país, Thais mostrou autenticidade ao misturar o forró tradicional com sucessos consagrados da música popular brasileira. No início de sua apresentação, uma leve chuva começou a cair, mas sua energia e presença de palco pareceram espantar o mau tempo, mantendo os forrozeiros firmes na celebração. Ao lado do pai, emocionou o público ao cantar “Fazenda Velha”, um dos grandes sucessos da carreira de Erivaldo. Em outro momento marcante, Thais desceu do palco para cantar junto ao público e fez questão de exaltar o bairro onde foi criada. 

“Desde criança que eu ouço o som da sanfona do meu avô, seu Manezinho. Cresci ouvindo meus irmãos, Erivaldinho e Mestrinho, e meu pai. Sempre estive no palco ou nos bastidores, então me sinto em casa. Estou no meu bairro”, afirmou Thais Nogueira. Sobre montar um show para o São João, ela destacou suas inspirações. “Eu gosto de assistir apresentações como as de Elba Ramalho, que me inspira muito. Tento trazer essa energia, mas sem deixar de lado minha essência, que é romântica, apaixonada e fiel às raízes”.

Na sequência, quem também emocionou o público foi o Trio Nordestino, grupo com mais de seis décadas de história, formado atualmente por  Luiz Mário (triângulo), Rogério Saldanha (zabumba) e Marquinhos Sivuca (acordeon). Com sucessos que embalam o São João há gerações, o trio fez o palco Josa vibrar com clássicos que resistem ao tempo. Luiz Mário, o mais antigo da formação atual, destacou a conexão com o público sergipano. “Nenhuma apresentação é igual, todas têm sua particularidade. Da última vez que cantamos em Aracaju, lá no Centro, me senti flutuando, estava em casa. Esse é o sentimento”, disse. A apresentação reforçou a missão do grupo: manter viva a tradição do forró e acolher novas gerações que se aproximam dessa cultura.

A noite seguiu com a presença marcante de Geraldo Azevedo, que, aos 80 anos, subiu ao palco com vitalidade e carisma. Ao som de clássicos como “Dia Branco”, “Dona da Minha Cabeça” e “Táxi Lunar”, o cantor foi ovacionado pelo público que acompanhava em coro cada canção. Mostrando fôlego de sobra e profunda ligação com o público nordestino, Geraldo destacou o valor simbólico da festa. “É uma felicidade muito grande, muita emoção. A gente fica nessa expectativa, que pra mim é a melhor festa do planeta Terra. Existe uma comunhão com a comunidade, com todas as gerações, e isso dá à gente a certeza de que está contribuindo para dignificar a nossa cultura”, salientou.

No palco do Forró Caju, Jorge de Altinho celebrou seus 45 anos de carreira com um repertório que passeou por clássicos que ainda embalam os festejos juninos com a mesma força de décadas atrás. Abrindo o show com “Confidência”, levou os forrozeiros ao delírio e demonstrou carinho especial por Sergipe. Durante sua fala, revelou um hábito curioso: comprar castanha no mercado e levar na bagagem de volta pra casa. “evo pros amigos, pros compadres, e guardo comigo. Minha mulher até reclama, porque volto da viagem com um quilo na mala”, brincou. Com carinho, falou de sua ligação com cidades como São Cristóvão, Laranjeiras e Neópolis. “São lugares lindíssimos. E lembro muito de Zé Augusto, que me despertou para a música. Quando eu tinha 15 anos, ele era sucesso no Brasil inteiro. Chegavam os discos nas rádios do interior e era só a voz dele. Aquilo me marcou muito”, contou, revelando um pouco de sua trajetória e das inspirações que o moldaram como artista.

O responsável por encerrar a noite foi o cantor Jorge Ducci. Natural de Penedo, com laços profundos em Aracaju, ele é reconhecido pelo uso marcante do “groove” em suas apresentações. Envolvido com a valorização da cultura nordestina, Ducci ressaltou como é essencial levar o Forró Caju a diferentes regiões da cidade. Segundo ele, espalhar o São João pelas ruas transforma a cidade em uma grande festa, movimenta a economia, gera empregos e cria novas oportunidades para os artistas. “Antes, existiam polos como o Arraial do Siqueira, o 18 do Forte, o Bairro América, o Bugio, o Gonzagão, o Centro de Criatividade. Agora, com esse novo formato do Forró Caju, a festa ganhou outra dimensão. Vamos vestir o São João com todas as cores e a alegria que essa celebração merece”, concluiu.

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