Como a Inteligência Artificial pode Interferir na Política

Prof. Eduardo Ubirajara R. Batista

Neste capítulo sobre Inteligência Artificial (IA), alternaremos citações de uma fonte fidedigna, ao conhecimento sobre o assunto, com uma transversalidade vigilante das questões ética e moral. O uso da parafernália tecnológica mediatiza-se pela convicção da exatidão infalível. Mas, exceto à luz dos fundamentos religiosos em que Deus, para ser infinitamente bom, não falha -, o homem não é infalível, até porque as criações e as devidas aplicações de suas ferramentas não alcançam a completude exigida para o que seja exatidão na IA. Assim, vejamos algumas reflexões possíveis e passíveis de contestação sobre o que dizemos.

Karine (2024) afirma que “O fenômeno da Inteligência Artificial (IA) vem sendo discutido em diferentes instâncias da sociedade. Vários setores já adotaram em suas práticas diárias o uso desse recurso para melhorar a eficiência de seus processos e, assim, automatizar tarefas antes muito demandantes.” Não é novidade – e é verdade – o que nos informa a citação, até porque isso foi dito da mesma forma em lançamentos de incrementos e inovações passadas. Seguem exemplos, que não são novidades para o conhecimento passado, hierarquicamente, seja no âmbito familiar, seja na escola ou por aparelhos radiológicos ou televisionados.

Então, excetuando-se as ferramentas artesanais, que datam de séculos passados, os relativamente mais recentes deram mais eficácia, eficiência e efetividade aos afazeres domésticos, da monocultura às novas máquinas usadas na agropecuária, às pesquisas, às viagens de trabalho e de lazer, e, estes últimos, por aeroespaciais diversos. No passado não muito recente, foi a vez das invenções bem vindas: o navio e o trem a vapor, o(a) rádio, o telégrafo, os veículos movidos pelo motor com combustível fóssil, ao de origem vegetal, o elétrico; o avião, os foguetes para a pesquisa espacial ou para atividades bélicas; do telefone, com e sem fio, do televisor, do computador, do drone; e das mídias recentes, com ou sem fake News, entre programas e aplicativos úteis e inúteis.

Conforme o exposto acima, a História revela-nos que houve, sempre, um discurso válido, passado por fases surpreendentes, quando os lançamentos de novas poderosas máquinas estratégicas favoreceram a humanidade em diversos aspectos econômicos, sociais e políticos, assim como aumentou a competitividade, principalmente com poucos princípios éticos, visando-se maior lucro e evitando-se a cooperação desconfiada. A ótica do mercado, movida pela ambição e crescimento individualista, avesso à justa distribuição de renda, em qualquer coletividade, tem alimentado a avareza econômica predatória do ter mais do que a promoção do ser, isto é, da melhoria econômica e social da classe trabalhadora, que é capaz de planejar seus gastos, honrar compromissos das dívidas e, ainda, cooperar, financeiramente, no seio familiar.  

No caso da administração política, pode-se dizer que o equilíbrio entre o crescimento salarial e o desenvolvimento social, há sempre um fosso de poupança, mesmo para uma acumulação de recursos capazes de político reeleger-se ou de promover a eleição de familiares. Com a aproximação das eleições – municipais, estaduais ou federais, a acirrada concorrência predatória pode “quebrar” os lucros poupados nos gordos anos de bom ou mal exercício legislativo ou executivo. Desta forma, quem faz um planejamento equilibrado e saudável, pode contratar a aplicação da Inteligência Artificial, como “cabo eleitoral”, de importância central para debater temas como ética, moral, legalidade, justiça, tecnologia e democracia. Mas sabemos que utilizar a IA para fortalecer o já poderoso fake news negativo, é uma realidade previsível, cada vez mais nociva ao exercício democrático honesto.

A disseminação de informações em redes sociais permite a interação sobre os conteúdos entre atores humanos e não humanos. Segundo Karine (2024), “McNair (2017), [viu que] a proliferação de fake news seria fruto de um “caos cultural”, resultante da combinação de tendências políticas, tecnológicas e culturais.”

Karine (2024) lembra que “Esse assunto ganhou destaque em relação à democracia, desde 2016, com a eleição [primeira para presidente] de Donald Trump nos Estados Unidos, após o escândalo do vazamento de dados de usuários do Facebook, revelado pela Cambridge Analytica, uma consultoria política britânica. Gonzalo (2018) argumenta que essa empresa pode ter utilizado os dados de aproximadamente 87 milhões de usuários da plataforma, a maioria dos Estados Unidos, para favorecer a vitória de Donald Trump nas eleições de 2016, por meio de uma ‘estratégia’ de micro-targeting baseada em técnicas militares de manipulação psicológica (GONZALO, 2018, p. 25)”

Assim, apesar de contribuições positivas do uso de IA no sistema eleitoral, a prática do uso dela precisa ser observada, passo-a-passo, antes e durante as eleições, desde o início das campanhas ao processo de votação e de apuração dos votos. E isso, sem esquecermos do uso abusivo da compra de votos, seja por candidatos, seja por milionários, bilionários de “olho” no retorno financeiro, durante o mandato do “afilhado”.  

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KARINE, Letícia. Inteligência Artificial e Política: uma mistura que demanda atenção. 2024. Disponível em: https://revistacasacomum.com.br/inteligencia-artificial-e-política-uma-mistura-que-demanda-atencao/  Acessado por: eduardoubirajarabatista@gmail.com   Em: 31 mar. 2025.

Autor do Texto: Eduardo Ubirajara Rodrigues Batista

Editoração: Jornalista Leonardo Teles

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Notícias

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