A História do Futebol: os perfis através dos séculos e a violência generalizada atualmente (I)
Prof. Eduardo Ubirajara R. Batista
Desde que, pelas emissoras de TV, os jogos de futebol, aqui e alhures, passaram a ser transmitidos em diversos canais de esporte, o que se iniciou como distração, havendo a possibilidade de ver um gol feito, de forma regular ou irregular, que uma aprendizagem extraescolar vem sendo proliferada com grandes vícios de violência – entre torcedores e entre jogadores, à luz da indiferença às regras controladoras desde a expulsão de jogadores em campo (gramado), a falta de critérios pela maioria dos árbitros, dos que fazem vista grossa para as jogadas ilícitas, tão violentas, às vezes, que as consequências afloram, com mais violência.
Esta é nossa preocupação colocada nesta matéria. Mas vamos expor, no próximo parágrafo, algumas passagens negativas no principal centro das atividades futebolísticas – a Europa. Diante do exposto, vamos fazer um breve histórico de ocorrências nefastas nos campos de futebol daquele continente. Na próxima matéria, teremos mais espaços para refletir sobre este tema, em outras dimensões, quando conflitos, que desgastam e decepcionam os aficionados deste esporte, nas telas televisivas e de notebooks, nas telinhas dos celulares e iPad’s, são o foco de interesse dos pesquisadores de estudos sociais.
“O futebol, esporte que é considerado a paixão nacional e, sem dúvidas, o mais popular do mundo, começou a ser praticado na Inglaterra, no século XVII. À época, o esporte não tinha o formato que tem hoje e tampouco era chamado de “futebol”. Isso só aconteceu décadas depois, com a criação das regras.” (*) Originário da elite burguesa e restrito a essa classe social, evoluiu para um fenômeno de massa, [já no Século XIX, em Cambridge] tornando-se o esporte mais popular e praticado por diversas camadas sociais, especialmente nas classes mais desfavorecidas. Essa popularização ocorreu devido a diversos fatores, como a simplicidade do jogo, a facilidade de acesso [inclusão de classes menos abastadas] e a influência da cultura e da mídia. (**)
“Na sua forma moderna, o futebol provém de um acordo de cavalheiros que doze clubes ingleses selaram no outono de 1863, numa taverna de Londres. Os clubes assumiram as regras estabelecidas em 1846 pela Universidade de Cambridge […] [onde] o futebol se havia divorciado do rugby: era proibido conduzir a bola com as mãos, embora fosse permitido tocá-la, e era proibido chutar os adversários. ‘Os pontapés só devem ser dirigidos para a bola’, advertia uma das regras: [a mais de] um século e meio depois, ainda há jogadores que confundem a bola com o crânio do rival, por sua forma parecida.
O acordo de Londres não limitava o número de jogadores, nem a extensão do campo, nem a altura do arco, nem a duração das partidas. As partidas duravam duas ou três horas, e seus protagonistas conversavam e fumavam quando a bola voava para longe. Já existia, isso sim, o impedimento. Era desleal fazer gols nas costas do adversário.” (**)
Sendo o esporte mais popular do mundo,“[…] o futebol tem uma função que vai bem além de um mero esporte, […] considerado como um fenômeno social, tornando-se um elemento fundamental na cultura mundial. E não há outro esporte que seja tão massificado e praticado ao redor do planeta, pois o futebol está presente de canto a canto em todos os continentes, porque, independente das questões políticas, religiosas, econômicas ou sociais, ele faz parte do cotidiano de todas as sociedades atuais. É […] coletivo, multidisciplinar, socializante e serve para o desenvolvimento do caráter e da personalidade das pessoas que o praticam [e das que assistem a esta arte.” (**)
Outrossim, confirmando o já exposto nesta matéria, o futebol transcende a esfera do simples entretenimento saudável, quando exerce influências cultural e social, significativas em todo o mundo, de modo afirmativo e, também, de modo negativo. Há outros esportes, cujos objetivos, e desvios comportamentais, são, da mesma forma, questionados, não só quanto aos escores maquiados por más arbitragens, mas, lamentavelmente, quanto à bagunça, aos incidentes, que tanto vitimam jogadores e torcidas. De uma forma geral,“[…] há esportes que são um reflexo de identidades, paixões e da própria história cultural das diferentes comunidades.”
(**) No caso do Brasil, a história do futebol pode ser considerada como parcela da história de nossas lutas sociais, de nossos embates contra o elitismo e a exclusão estrutural e histórica da nossa formação social. “Em solo brasileiro, o futebol é bem mais do que um esporte, é uma identidade, um símbolo cultural coletivo e, por isso, tem tanta relevância e exerce tanto impacto na vida de muitas pessoas.” (MURAD, 2013. p. 67) Por isso, a escolha deste assunto, para divulgar nesta matéria (I), foi motivada pelas mais tristes notícias, que se propagam seriamente, e que já seria, a mais tempo, analisado e contextuado em disciplinas escolares, nas organizações não-governamentais (ONG´s), em sindicatos, templos religiosos, clubes culturais, sociais e esportivos. Na matéria (II) da próxima semana, teceremos informações mais pertinentes à violência no futebol – entre torcidas adversárias, entre jogadores, em campo, e nas arbitragens arbitrárias, que penalizam mais um dos times da partida, levando-nos à suposição de que há má intenção por trás de um esporte, que deveria ser sadio.
Fontes:
(*) História do Futebol. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/historia-do-futebol.htm
(**) O Futebol de origem burguesa… Disponível em: https://www.google.com/search?q=O+futebol%2C+de+origem+burguesa+e+pr%C3%A1tica+restrita%2C+tornou-se+um+fen%C3%B4meno+de+massa%2C+se+popularizand+como+o+principal+(…)
MURAD, Maurício. Futebol: Esporte, Cultura e Paixão | Mauricio Murad – USP Talks #20. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=X3HMXBRYAHg
Artigo de: Professor Eduardo Ubirajara R. Batista
Editoração: Jornalista Leonardo Teles Simões
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